“O meu justo viverá pela fé.” Você já deve ter lido ou escutado essa frase e sabe que ela faz parte da Bíblia. O apóstolo Paulo faz uso dessa frase ao escrevê-la para as igrejas de Roma (Rm 1.17) e da Galácia (Gl 3.11). Mas de onde vem essa afirmação? Quem disse e para quem disse? E qual deve ser o real significado dela em nossas vidas? Essa frase foi dita pela primeira vez no Velho Testamento no livro do profeta Habacuque. Para responder as outras perguntas vamos entender o contexto histórico e o que acontecia com o profeta na época relatada no livro.
Habacuque profetizou em um período no qual Israel era oprimida pelos Caldeus moradores da Babilônia, ou seja, os babilônicos que já tiveram como imperador o conhecido Nabucodonosor. Nessa fase da história, a Babilônia assolava todas as nações, inclusive Israel. Invadia, roubava as riquezas, fazia escravos, matava os líderes e utilizava os nobres e inteligentes para prestarem serviços que exigiam inteligência e entendimento de diversas áreas do conhecimento. Ao observar essa situação, o profeta se queixa com o Senhor, pergunta até quando Deus veria tudo e não faria nada e esperou a resposta do alto. Habacuque não conseguia compreender como o povo escolhido do Senhor passava por tanto sofrimento e Deus não fazia nada, permitia que os inimigos fizessem o que queriam.
Entretanto, o Senhor explica para o profeta que ele e os israelitas deveriam olhar para as circunstâncias. Deus queria que em meio às dificuldades o seu povo amado apenas cresse Nele e nada mais. Foi o próprio Senhor que afirmou: “Eis o soberbo! A sua alma não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.” (Hb 2.4) O Pai aponta que aqueles que massacravam Israel confiavam em si mesmos e não tinham uma vida que o agradava, mas os israelitas, os seus amados, que criam nele, deveriam viver pela fé. Mesmo em meio às lutas e não vendo o fim delas, todos deveriam crer em Deus, confiar Nele de todo o coração sabendo que no tempo certo o Senhor agiria.
Por isso, o homem de Deus afirma: “Mesmo não florescendo a figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação.” (Hb 3.17-18) Sim, o profeta creu na Palavra do Senhor e teve a compreensão de que não importa por qual aflição estivesse passando, mesmo que os seus olhos naturais vissem somente o mau, ele continuaria crendo em Deus e tendo plena certeza de que o Senhor agiria.
Assim também deve ser a nossa fé. Fomos justificados por Deus por meio do sangue derramado por Cristo. Como justos devemos andar guiados não pelo que vemos, mas pela fé. Principalmente, nas lutas, dificuldades e problemas. Quando tudo ao redor rui e parece não ter fim, nossa confiança deve estar em Deus.
Jamais em hipótese alguma podemos retroceder, olhar para trás, deixar de crer. As Sagradas Escrituras são claras quanto a isso. Primeiro, que aquele que afirma pertencer a Deus precisa crer que Ele existe. “Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa àqueles que o buscam.” (Hb 11.6) E que o retrocesso, olhar ou voltar para trás não satisfaz o Senhor; “mas o meu justo viverá pela fé. E, se retroceder, não me agradarei dele” (Hb 10.38). Quando perceber que está esmorecendo na fé, clame, peça a Deus que renove suas forças, corra para o Pai e Ele o ajudará. Não faça como a mulher de Ló que olhou para trás e virou uma estátua de sal, mas prossiga para o alvo, como o apóstolo Paulo, que ao final da sua vida alcançou as bênçãos e a coroa da vida.
:: Kátia Brito
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