Retornamos ao nosso estudo sobre o Fruto do Espírito. Hoje, analisaremos a mansidão. Em grego, a palavra mansidão é “praotes”, que significa “gentileza” e “humildade”. A raiz dessa palavra é “praus”, que significa “suavidade”. Na versão João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada, o termo “praotes” é traduzido, em Gálatas 6.1, como “brandura”, e em Tito 3.2, como “cortesia”. Podemos ver esse fruto sendo manifesto em Jesus quando, diante de seus algozes e acusadores, em meio ao espancamento e humilhação, não emite palavra de maldição, mas disse, “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lucas 23.34). Exige-se um exercício de busca ao Senhor e intimidade com Ele para que alguém possa manifestar este fruto.
Em hebraico, o termo equivalente a “mansidão” é “‘anav”, cuja raiz “‘an” é formada por duas letras: “aiyn”, que significa “olho”, e “nun” que significa “perpetuidade”, “continuidade”, “germinar”. Ou seja, a reunião das letras “aiyn” e “nun” (an), significa “o olhar da continuidade”. No antigo costume judaico, o agricultor nômade dedicava grande atenção ao cuidado de seu rebanho e cereais, olhando e vigiando continuamente sua propriedade.
Em hebraico, o termo equivalente a “mansidão” é “‘anav”, cuja raiz “‘an” é formada por duas letras: “aiyn”, que significa “olho”, e “nun” que significa “perpetuidade”, “continuidade”, “germinar”. Ou seja, a reunião das letras “aiyn” e “nun” (an), significa “o olhar da continuidade”. No antigo costume judaico, o agricultor nômade dedicava grande atenção ao cuidado de seu rebanho e cereais, olhando e vigiando continuamente sua propriedade.
Era comum construir um abrigo com um telhado sobre quatro postes de madeira para protegê-los do sol, como uma nuvem (‘anan). Ou seja, o humilde é que aquele que tem mansidão ao cuidar de sua propriedade, da herança que o Senhor lhe concedeu por meio do sacrifício de Cristo na cruz, a saber, a vida eterna. Aquele que responde com mansidão ao ato de agressão está, na verdade, fazendo como o nômade judaico, cuidando atentamente de sua herança, pois a falta de mansidão é pecado, erro que faz separação entre nós e Deus (Isaías 59.2). Quando somos mansos, estamos protegendo nossa alma contra o pecado, e garantindo a proteção de nossa propriedade mais valiosa, nossa alma, como está escrito: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mateus 16.26). Quando respondemos a uma agressão com outra agressão, estamos corrompendo nossa alma e vivendo o versículo que “um abismo chama outro abismo” (Salmo 42.7). Quando não perdoamos, não somos perdoados (Mateus 6.15). Quando somos mansos, o perdão chega facilmente, e nossa alma permanece imune ao poder do pecado.
Em hebraico, a palavra para mansidão (‘anav) possui uma gama de outros termos relacionados que anunciam profundas verdades espirituais sobre esse fruto do Espírito. Um dos termos relacionados é “‘anah”, que significa “aflição”. Isso porque o homem que opta por seguir o caminho da santidade, não se conformar com este mundo, viver a verdade do evangelho, terá aflições nesse mundo, como Jesus anunciou: “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16.33). Se analisarmos o contexto da passagem em que Jesus falou esse versículo, veremos que aqueles que optam pela mansidão, pela obediência a Deus, serão aqueles que passarão pelas maiores aflições. Como é de conhecimento comum, todos os apóstolos, exceto João, foram assassinados, martirizados por optar por seguir Jesus e pregar sua palavra a todo custo. Ou seja, os mansos serão perseguidos, mas a presença de Deus nos garante a paz, como também foi dito: “Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só, mas não estou só, porque o Pai está comigo. Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16.32-33).
Outra palavra relacionada à mansidão (‘anav) é “ta’aniyth”, que significa “jejum”, pois aqueles que buscam a mansidão somente poderão encontrá-la com uma prática rotineira de jejum e orações. O jejum gera também uma aflição, devido à fome, mas essa aflição também nos gera bom ânimo, pois com ele recebemos poder para vencer o mundo. Foi por meio do jejum que Cristo teve mansidão e poder para vencer satanás do deserto, quando foi tentado (Mateus 4.1-11).
Outro termo afiliado a mansidão (‘anav) é “‘anan”, que significa “nuvem”. Isso porque o homem que segue a mansidão e guarda sua alma da cominação do pecado e da opressão da raiz de amargura tem, sobre si, a proteção de Deus, como uma nuvem que está sobre ele, escondendo-o à sombra do onipotente, no esconderijo do altíssimo (Salmo 91.1).
A palavra hebraica para mansidão (‘anav) também se relaciona com “coruja” (ya’anah), pois a coruja é um animal que está sempre com seus grandes olhos abertos em estado de vigia. Assim também é aquele que possui o fruto da mansidão, pois está sempre, como um bom pastor, vigiando e observando seu rebanho, sua herança, sua vida, sua santidade e sua família.
Por fim, outra palavra relacionada com mansidão (‘anav) é o termo “ma’yan”, que significa “fonte”, “manancial”. O manso guarda-se do mal, da ira, da revolta, e assim agindo retém em si a palavra Deus, pois está limpo pela água da palavra (João 15.3). Mas não é apenas um recipiente que guarda a água da Palavra de Deus, mas um manancial de um rio que jorra para a vida eterna, pois quando abre sua boca, palavras de vida fluem de seu interior e levam aqueles que as escutam a um verdadeiro encontro com Cristo.
Busque não somente os dons, mas também o Fruto do Espírito, pois será por meio dos frutos que seremos conhecidos por Cristo (Mateus 7.16).
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