Confira entrevista com Helena Tannure sobre a gravação do clipe “Eu Só Tenho a Ti”


Lagoinha.com: Como começou a parceria com o Douglas para gravar a canção “Eu Só Tenho a Ti”?
Helena Tannure: Conheci o Douglas Balmant há uns três anos em Tupã, interior de São Paulo. Ele era ministro de louvor da Igreja Deus é Fiel, e logo percebi que ele era um menino de Deus. Um tempo depois desse primeiro contato o Douglas me enviou um convite para participar da gravação de uma versão da canção “All I Have” da Vineyard em seu primeiro CD solo “Só Tu És”. Então ouvi a música “Eu Só Tenho a Ti” e fui muito edificada, e logo topei gravar com ele.
Lagoinha.com: Fale sobre a ideia de gravar o clipe.
Helena Tannure: Quando ele me convidou me senti muito honrada pelo convite e prontamente atendi e gravei. Mas somente depois de uns dez meses o CD chegou às minhas mãos. Mas ele chegou na hora certa. Estava vivenciando um novo momento em minha vida ministerial, saindo do Diante do Trono. Um momento que eu tenho plena convicção que foi o Senhor quem direcionou, mas que me fez renunciar muita coisa e sofrer com a saudade e a incerteza do que estava por vir. A princípio, quando ouvi o CD me critiquei muito, mas depois passei a ser muito ministrada pela letra, e o Senhor começou a falar comigo. Deus me disse que o que faço para Ele pode mudar, mas quem eu sou nele não muda. E essa ministração do Senhor me restaurou e me encorajou para o novo. Então depois disso, todas as vezes que escutava a música, cenas passavam em minha cabeça. Pensei a princípio numa estação de metrô e uma mulher desesperada tentando se jogar sobre os trilhos.
Lagoinha.com: Como a ideia se tornou realidade?
Helena Tannure: Nessa mesma época, a produtora de vídeo Kalley Beatrice, que foi minha diretora no Clube 700 (um programa que apresentei durante três anos) veio para BH. E como ela é minha amiga, liguei para ela e contei que havia gravado uma canção e gostaria que ela fizesse o roteiro para gravarmos um clipe. Então a Kalley me pediu a musica, ouviu e disse que realmente dava. Mas eu disse a ela que não tínhamos dinheiro para gravá-lo e ela então disse: “sem dinheiro não é possível, mas a gente pode ver o que dá para fazer”. Então passei a pensar algumas cenas e falar com ela. Mas quando ela me mandou o roteiro fiquei surpresa, porque ela tinha ido muito mais profundo, na vida daquela mulher, antes de ela chega naquele momento de receber a mensagem. Fizemos algumas adaptações, enxugamos o orçamento e conseguimos muitos voluntários. O Douglas Paulino, o Alencar – que veio de São Paulo somente para filmar, e todos os profissionais que se voluntariaram nos abençoaram muito. Quero deixar um agradecimento especial para os bombeiros que nos atenderam com muita dedicação, disponibilizando todo o material e fazendo o resgate no padrão real várias vezes! E ao hospital que cedeu o quarto. A Kátia Soares que fez todos os contatos e conseguiu as locações, enfim, a todos que abraçaram esse clipe.
Lagoinha.com: Compartilhe curiosidades dos momentos de gravação.
Helena Tannure: Foram cinco dias de gravação intensa, com muito trabalho. A chuva artificial me fez gripar, porque depois de repetir a cena diversas vezes me dei conta que eu não tinha outra roupa para colocar. Então fiquei muito tempo molhada e acabei adoecendo, e um detalhe é que ela foi uma das cenas do primeiro dia de gravação. Gravei todo o clipe gripada, mas foi maravilhoso. Sondei meu coração com o Senhor e me indaguei: “Porque quero gravar um clipe? Eu não quero gravá-lo para aparecer”. Então o Senhor me consolou e confortou meu coração, me lembrando o que havia orado há uns meses sobre disponibilizar todos os meus dons para ele. Eu não quero enterrar nenhum dos meus dons. Amo atuar e vivenciar um personagem, e tinha anos que eu não fazia isso. Estava enterrado, e quando li aquele roteiro entendi que Deus queria alcançar mulheres como a Emma (nome da personagem) em todo mundo. Então essa foi a motivação que tive para gravar o clipe.

Lagoinha.com: Qual a sua convicção sobre esse clipe?
Helena Tannure: Onde eu não vou chegar nunca, ele vai chegar e alcançar pessoas por meio da internet. Tanto as mulheres quanto os homens, porque a mensagem do evangelho, a cruz de Cristo, é uma realidade a ser apresentada e usufruída. E essa é a minha oração, que o Senhor leve a salvação pro meio desse clipe e faça a obra Dele.
Lagoinha.com: Comente a participação de seu esposo e filhos.
Helena Tannure: Tivemos momentos muito divertidos, mas preciso destacar o apoio do meu esposo João Lúcio. Quando a Kalley disse que o orçamento tinha ficado em tanto, para nós havia ficado alto apesar de ser um orçamento baixo para uma produção como essa. E por meio da venda do meu material, livros, DVD´s e mensagens, nós conseguiríamos arrecadar. Mas eu tinha que contar com a aprovação do meu marido porque é um dinheiro que me permite produzir mais material e também contribuir com as contas do lar. E o João prontamente disse que faríamos isso, e essa disposição em me atender foi mais uma confirmação de que era para gravar. Meu esposo não só me abençoou como cuidou de toda parte executiva e gestora dos recursos, auxiliou a Kalley e também vivenciou o papel do mendigo, junto com meus filhos. A Sofia foi minha lembrança na infância e a Clara da minha adolescência. Mas o Miguel e o Arthur não tinham papel, e ficaram me cobrando para participar também. E então a gente os colocou naquele momento das pessoas de branco ao redor da cruz, e eles mesmos se voluntariaram para participar dessa cena. E uma curiosidade é que no final, quando a Kalley falou que a cena tinha ficado perfeita, ele foi tão bonitinho. Dei um beijo nele e fiz um carinho, e o pessoal da produção começou a brincar falando que todos os mendigos iam pedir um beijo também (risos).
Lagoinha.com: E você gostou da experiência?
Helena Tannure: Amei e quero dedicar uma parte da minha jornada para isso. Claro que o lugar onde Deus está mais me usando atualmente é na pregação da Palavra, e depois vem a TV. Mas eu gostaria de ter outras oportunidades para atuar, porque eu gostei muito de relembrar minha juventude e início de casamento – quando João e eu atuávamos juntos. E o interessante é que ao representar aquelas mulheres fui muito impactada pelas cenas fortes que gravamos. E em muitas cenas eu me identifiquei com a Emma e chorei também. Na cena da prostituta nós fomos para uma área de BH que é de prostituição. Então eu vi uma prostituta fazendo o ponto. Enquanto a gente estava gravando dois carros pararam pensando que éramos prostitutas de verdade. Aquilo me colocou muito no lugar delas e me fez pensar em coisas que nunca tinha pensado e me deu um desespero e ao mesmo tempo me fez olhar para a prostituta como nunca tinha olhado com uma compaixão que não vem de mim. Posso dizer que ao final do clipe eu era outra Helena.
Lagoinha.com: Em uma frase, defina esse tempo da sua vida, e fale cite um versículo importante para esta etapa.
Helena Tannure: Vou resumir com um trecho de uma canção do Diante do Trono: “Nunca me deixes esquecer que tudo o que tenho, tudo o que sou e o que vier a ser, vem de Ti Senhor”. O versículo é Romanos 8.28: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”